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quinta-feira, setembro 11, 2008

Pois é, estou de volta!



A ausência é como o vento que sopra: quando muda o seu destino tudo volta, e por isso aqui estou...

A necessidade, adormecida, de escrever e partilhar o meu Eu é maior que o ser físico em que vivo.

Assim estou de regresso.


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quinta-feira, maio 05, 2005

Surgem, por entre o dia-a-dia, pensamentos de loucura que, sem descernimento, nos podem levar a cometer loucuras.
Nesta altura não consigo mais...

Não consigo aproveitar o dia maravilhoso, que encontro ao olhar para a janela, não consigo ambientar-me à felicidade de alguns que me rodeiam.
O excesso de tristeza que paira no meu coração não me deixa ser eu própria. Tento fingir que está tudo bem, até porque há quem precise sentir que estou bem para se sentir melhor, mas não tenho potêncial para actriz e a fome perde-se por entre estes caminhos.
Gostava que tudoestivesse bem para, num momento crucial como este poder apoiar quem precisa, mas, infelizmente, as forças deixam-me a passos largos.
Desculpa se não consigo sorrir, desculpa se não consigo mais, desculpa.

Um dia sei que tudo passará e que irei sorrir, mas neste momento, por mais que tente não consigo.
Queria muito, mas...


Horas mortas

O tecto fundo de oxigénio, de ar,
Estende-se ao comprido, ao meio das trapeiras;
Vêm lágrimas de luz dos astros com olheiras,
Enleva-me a quimera azul de transmigrar.

Por baixo, que portões! Que arruamentos!
Um parafuso cai nas lajes, às escuras:
Colocam-se taipais, rangem as fechaduras,
E os olhos dum caleche espantam-me, sangrentos.

E eu sigo, como as linhas de uma pauta
A dupla correnteza augusta das fachadas;
Pois sobem, no silêncio, infaustas e trinadas,
As notas pastoris de uma longínqua flauta.

Se eu não morresse, nunca! E eternamente
Buscasse e conseguisse a perfeição das cousas!
Esqueço-me a prever castíssimas esposas,
Que aninhem em mansões de vidro transparente!

Ó nossos filhoes! Que de sonhos ágeis,
Pousando, vos trarão a nitidez às vidas!
Eu quero as vossas mães e irmãs estremecidas,
Numas habitações translúcidas e frágeis.

Ah! Como a raça ruiva do porvir,
E as frotas dos avós, e os nómadas ardentes,
Nós vamos explorar todos os continentes
E pelas vastidões aquáticas seguir!

Mas se vivemos, os emparedados,
Sem árvores, no vale escuro das muralhas!...
Julgo avistar, na treva, as folhas das navalhas
E os gritos de socorro ouvir, estrangulados.

E nestes nebulosos corredores
Nauseiam-me, surgindo, os ventres das tabernas;
Na volta, com saudade, e aos bordos sobre as pernas,
Cantam, de braço dado, uns tristes bebedores.

Eu não receio, todavia, os roubos;
Afastam-se, a distância, os dúbios caminhantes;
E sujos, sem ladrar, ósseos, febris, errantes,
Amareladamente, os cães parecem lobos.

E os guardas, que revistam as escadas,
Caminham de lanterna e servem de chaveiros;
Por cima, as imorais, nos seus roupões ligeiros,
Tossem, fumando sobre a pedra das sacadas.

E, enorme, nesta massa irregular
De prédios sepulcrais, com dimensões de montes,
A Dor humana busca os amplos horizontes,
E tem marés, de fel, como um sinistro mar!

Cesário Verde
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terça-feira, maio 03, 2005

Pois e, ca estou eu de novo...
Como e de prever as coisas nao estao tao bem como gostaria, mas enfim...

Naquelas noites em que penso em ti, solicitando a tua presenca permanentemente e chorando a tua ausencia, sugiro que a lua apareca no meu quarto e acalme a minha dor.
Nao quero admitir que perdi, porque tudo pode mudar e o amanha pode reservar/me algo inesperado e especial, como tu...
Nao quero perder a esperanca da tua volta, pois penso que um dia me possas sorrir e amar como te amo.
Sei que me desculpo os erros inatos que tenho e os que cometo por imaturidade ou excesso dela, mas sei tambem que quem ama nao pode ser sempre guiado pela razao, assim nao seria um verdadeiro amor.
Recordo a primeira vez que te vi, a primeira vez que falamos, aprimeira vez que fiz parte do teu mundo, mas nao passa disso... Meras recordacoes.
Ja antes achei que estava tudo perdido e tu voltaste, ja antes achei que era um ate nunca mais, mas tu vieste, de novo, ao meu encontro...
Hoje nao sei se faco, pelo menos, parte dos teus sonhos ou pensamentos!
Um dia esta tudo bem, no outro nem te reconheco, porque?

Sei que es o meu cavaleiro de copas, o que nao tenho a certez e se serei a tua rainha...
O tempo tem respostas para tudo, por isso aguardo as respostas dele para as minhas questoes tao absurdamente reais.
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quarta-feira, março 16, 2005

A Primavera está a chegar com toda a sua força e beleza.
Todos desejamos que traga consigo belos dias que nos façam sentir como a vida vale a pena ser vivida.
Desejo que traga, também, paz aqueles que mais necessitam, alegria aos tristes, Sol à Lua.
Parece que tudo é tão linear e, de repente, cai sobre nós a sombra de um dia de Inverno.
O ser humano é capaz de tudo. E, se acreditar em si consegue as coisas mais surpreendentes... Somos uma incógnita, nem nós próprios sabemos do que somos capazes quando se chega ao limite. Faremos maravilhas ou algo terrível.



Se tu viesses ver-me...


Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços...


Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...


Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri


E é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti...


Florbela Espanca

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quarta-feira, março 09, 2005

Os dias estão cinzentos, lá fora.
Quando o Sol nos ilumina com alguns raios, mesmo poucos, não temos tempo de os apanhar. Só olhando pela janela se consegue perceber como por vezes a tristeza do dia nos encanta como nunca e adorar mais um dia desta vida.
Díficil explicar o amor que sinto pelo vazio de um dia cinzento, difícil, também, explicar a bondade e harmonia de alguns que me procuram e pedem um pouco da minha atenção, alguns minutos que sejam...
Nesta altura, na passagem do Inverno para a Primavera, as mudanças são imensas, por vezes, até, infinitas.
Vejo os pássaros a acordar para a vida e alguns a desmoronarem-se com o frio que ainda se faz sentir.
Penso: será este o sinal de que o Sol quer voltar?
Talvez...
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quarta-feira, março 02, 2005

É diícil desobedecer ao nosso coração, sofre, sofre, sofre...
É uma dor que nos mata pouco a pouco. Alguém disse: "Nunca ninguém morreu por amor", será?
Não consigo suportar este tormento que me aflige de dia, de noite, a toda a hora.
Quando nos apaixonamos por alguém é para ser felizes, não para andar por aí a sofrer pelos cantos, não ser feliz é não ter razão, imediata, para viver...
A cada caminho: um obstáculo. Superá-los, sim... mas é difícil.
Resta-me a máxima "Carpe Diem" e aguardar por melhores dias.
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segunda-feira, fevereiro 28, 2005

As palavras
São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.

Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.

Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.

Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?

Eugénio de Andrade
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